26/02/2011 01:35
As melhores madeiras para o Fogo do Conselho e qualquer outra fogueira – madeiras européias

Como estamos falando a algum tempo aqui, aqui e aqui também, o Fogo do Conselho é uma cerimônia muito importante na mística do grupo/clube e sua preparação requer um planejamento bem feito.
Nenhum Fogo do Conselho está totalmente pronto sem a preparação da fogueira.
Embora alguns considerem errado, se faz necessário o uso da gasolina ou querosene para acender este tipo de fogo, não por uma prática ed usar nas demais fogueiras, mas sim pela rapidez e praticidade que esta hora necessita. Não neste momento que se demonstra habilidades de técnicas escoteiras/desbravadoras, com um ou dois fósforos. Principalmente quando se tratar de um fogo em caráter especial, evitando assim, a demora e a impaciência dos presentes pelo horário que é a atividade e o sono bem presente.
Um estoque de lenha é essencial, onde o sucesso da atividade depende em grande parte da quantidade e qualidade da lenha. Nunca nos esquecendo da direção do vento e do tamanho da fogueira, em relação ao número de pessoas presentes.
Muitas vezes por falta de conhecimento usamos qualquer madeira e achamos que dará sempre o melhor resultado a fogueira, mas para ajuda-los, apresentamos as qualidades de combustíveis de diversas madeiras, onde hoje estaremos apresentando as madeiras européias.
MADEIRAS EUROPÉIAS

ABETO - pobre em chama e pequeno calor.

AMEIXEIRA - boa madeira em calor e aroma.
AMIEIRO - pobre em calor e pequena duração.
AVELEIRA - boa como combustível.
AZEVINHO - boa quando guardada durante algum tempo (também
CHAMADO CONGONHA).

BORDO - boa como combustível (árvore símbolo do Canadá).

CARPA - quase tão boa quanto a faia.
CARVALHO - o escritor que disse: “ o fogo em brasa dos troncos de
carvalho”, é fantasista. O carvalho é escasso em chamas e sua fumaça
é irritante. Mas o carvalho seco e velho é excelente para dar calor, queimando devagar e uniformemente, até que todo o tronco se desfaça
como a cinza de um charuto.
CASTANHEIRO - medíocre, capaz de lançar brasas, chama e poder
de aquecimento pequenos.
CEDRO - bom quando seco. Cheio de estalos e estrondos. Dá uma
chama pequena mas de muito calor e de aroma agradável.
CEREJEIRA - Queima vagarosamente, com bom calor. Outra madeira
com vantagem de aroma.
CHOUPO - Os velhos caules grossos, sendo muito resistentes,
queimam muito bem.
ESTRAMÔNIO - (figura do inferno em espinheiro). Quase uma das
melhores madeiras. Queima devagar e com grande calor e pouca
fumaça.
FAIA - Rival do freixo, ainda que não muito próximo, e só é bom verde. Se isto é um defeito, as vezes é capaz de atirar longe de brasas.
FREIXO - a melhor madeira para combustível. Tem boa chama e bom
calor, e queima quando verde, ainda que, naturalmente, não tão bem
quanto seco.
LAURÍCIO - barulhento, aromático e muito bom para calor.
LOUREIRO: aromático, de chama muito brilhante.
MACIEIRA - esplêndida. Queima devagar e uniformemente quando
seco, com pouca chama, mas bom calor. O aroma é agradável.
NOGUEIRA - boa madeira para o fogo, aromática.
OLMO - habitualmente vendido com lenha. Para que queime é preciso
secar durante dois anos. Mesmo assim, fará muita fumaça. Muito
variável como combustível.
PEREIRA - bom calor e bom aroma.
PINHEIRO - Queima com esplêndida chama, mas é capaz de “cuspir
fogo”. O pinheiro resinoso tem agradável aroma e uma alegre chama
azulada.
PLÁTANO - Queima agradavelmente, mas é capaz de atirar fagulhas
se estiver muito seco.
ROBÍNIA - (falsa Acácia), queima rapidamente e atira muitas fagulhas.
SABUGUEIRO: Medíocre. Muita fumaça. Queima rápido com pouco
calor.
SALGUEIRO Chorão - Precisa estar bem seco para ter alguma
utilidade, e então queima devagar com pouca chama. É capaz de dar
fagulhas.
SICOMORO - queima com boa chama e moderado calor. Inútil quando
verde.
TEIXO - Está entre os melhores. Queima vagarosamente, com violento
calor e aroma agradável.
TÍLIA - Pobre. Queima com uma chama frouxa.
VIDOEIRO ou BÉTULA- O calor é muito bom, mas queima rapidamente. O aroma é agradável.
Preparando a fogueira ideal. Mas qual é a ideal?

Como bom desbravador/escoteiro, a fogueira já faz parte do nosso snague, mas você sabe qual tipo de fogueira que você está usando e para que serve? Se já sabe, que bom! Mas se não vamos aprender!
Pode ser um camping com todo o conforto ou um lugar selvagem, onde a emoção e o contato com a natureza são mais fortes a fogueira é um material indispensável.
Um dos itens mais importante num acampamento, depois claro da água é o fogo, pois ele lhe dará calor, segurança e a garantia de uma comida quentinha, mas mesmo assim, nunca se esqueça o ditado: "Quem brinca com fogo, pode se queimar."
Sua aventura em um acampamento rústico terá sucesso se você puser a mão na massa e aprender a usar o fogo como companheiro. Ele o ajudará a ter comida gostosa, iluminará a roda de amigos aquecendo o bate-papo, e garantirá um sono quentinho e livre da presença de animais indesejáveis.
Existem muitos tipos de fogo. Os mais importantes são estes:
Fogo Caçador
Um dos melhores para cozinhar. Escolha dois troncos verdes de cerca de 50 cm de comprimento e 15 cm de diâmetro cada. Coloque-os lado a lado, com a abertura mais larga virada para o vento e a mais estreita sendo usada para apoiar as panelas. Mantenha o fogo baixo. Acrescente lenha quando for necessário. O uso de carvão também é apropriado. Os troncos verdes podem ser substituídos por grandes pedras ou tijolos adequadamente empilhados.
Fogo Estrela
Nada melhor que fazer uma roda de amigos os redor deste fogo. É o fogo mais básico, e é de longa duração, com calor brando. Consome pouco combustível e não necessário cortar lenha. Junte alguns troncos ou galhos ecos, disponha-os em forma de estrela de modo que todos se encontrem no centro, onde se acende uma pequena fogueira. À medida que as pontas vão se queimando, é só empurrar a lenha mais para o centro.
Fogo de Conselho
Só pode ser usado na cerimônia do Fogo do Conselho, e de preferência não se deve usar combustíveis que não sejam naturais (mas em caso de emergência…). Esse fogo já era usado nas reuniões de índios.

Fogo em Linha
Esta montagem de fogueira é pouco usada, pois e difícil iniciar o fogo.
Fogo de Trincheira
Este fogo consome pouca lenha, oferece menos riscos, não é incomodado pelo vento e não irradia tanto calor, sendo apropriado para os dias quentes. Construa uma valeta mais rasa e larga de um lado, e mais funda e estreita do outro, para que o vento sopre do lado mais largo para o mais estreito. Se o chão for duro, corte as bordas bem retas de modo que apóiem as panelas ou cruze sobre a cova alguns galhos bem verdes que possam apoiá-las. O único inconveniente deste fogo é ficar ao chão, o que deixa seu uso desconfortável.
Fogo Refletor
Para as noites frias, prepare este excelente aquecedor natural: construa uma pequena murada com troncos verdes para dirigir o calor em uma só direção. Prepare a fogueira protegida na muralha. Cuide para que o vento sopre em direção à muralha e não à barraca. Uma rocha ou barranco podendo também colocar-se papel alumínio na parede, para refletir luz e calor também podem funcionar como refletor. Neste caso, verifique se o local é bom para se armar uma barraca.
Fogo em Cone
Características: dá bastante calor e as chamas sobem como um fio dando muita iluminação. Como os troncos são consumidos rapidamente, necessita de maior manutenção.
A base é um quadrado com 1 a 1,2m de lado, dispondo-se dentro dele numerosos troncos colocados em cone.
Cama Rápida
Pode usar-se carvão. É baseado numa fogueira, utilizando uma forquilha, uma madeira verde e uma pedra. Usado para cozinhar quando não há muitas pedras por perto.
Cercadura de Pedra
Faz-se uma muralha de pedras, para impedir a ação do vento na fogueira. Depois põe-se 2 forquilhas com uma lenha verde, que servirá de sustentação da panela.

Altar de Cozinha
É usado quando o solo está totalmente molhado. Podendo ser feito com pedras ou lenha verde. Sendo uma ótima fogueira para cozinha pois fica acima do chão, facilitando a vida do cozinheiro porque você não precisa se abaixar. Infelizmente não é muito utilizado pois é difícil de fazê-lo.
Agora é só escolher o melhor para a cituação e bom acampamento.
Sempre Alerta para Servir!
A origem do Fogo do Conselho

Na realidade, para se compreender a mística e o valor do Fogo de Conselho, temos que primeiro entender a importância do fogo, como símbolo das energias da vida, na luta pela sobrevivência, durante todo o processo de evolução do homem.
Dentre os quatro elementos da natureza — terra, ar, água e fogo, sempre foi o fogo que mais fascinou o homem — temido e amado, salvando ou ameaçando a vida. Desde a conquista do fogo, ponto de partida da civilização, compreendeu o homem o valor do fogo como fonte de energia e, embora dele fizesse uso, sempre respeitou as suas chamas brilhantes.
Em tempos remotos o fogo ao ar livre foi utilizado para afastar animais ferozes e como centro de reuniões das comunidades familiares, aquecendo, iluminando, alimentando — pois era sobre ele que os alimentos se cozinhavam e era ainda em torno dele que eram consumidos.
Os nativos da Ásia, os selvagens Africanos, os peles-vermelhas da América e como os colonizadores brancos, reuniam-se à noite em torno do fogo que, com sua luz e calor, espantavam as trevas, o frio e os animais. Era o momento em que todos se encontravam para conservar, cantar, contar histórias ou para planejar caçadas, ou a guerra e a paz.
Muitas vezes essas reuniões em torno do fogo revestiam-se de solenidade, quando se aproveitava a ocasião para levar a efeito cerimônias ou conselhos, onde eram discutidos os problemas da comunidade ou reverenciados os deuses.
A exemplo de outras atividades escoteiras e dos desbravadores, o Fogo de Conselho, que caracteriza a mística e a ambientação do programa trabalhado. Ele tem sua origem nas observações de Banden Powell sobre os costumes, valores e tradições culturais dos muitos povos que conheceu durante suas viagens.
Fogo do Conselho e seu simbolismo

O Fogo de Conselho tanto para os Escoteiros quanto para os Desbravadores não deve ser uma simplesmente reunião para contar e narrar aventuras. É algo mais sublime, cheio de inspiração e de felicidade, onde as atividades se encontram voltadas dentro do espírito desses dois movimentos.
Os ideais, estão presentes desde a oração de abertura até o silêncio final. A disciplina do Fogo de Conselho é a sua tônica mais característica, dando a esta atividade algo de romântico e atrativo para o jovem.Como toda cerimônia, deve ser simples, singela e sincera, se tornando uma tradição dentro dos clubes ou grupos escoteiros.
O Simbolismo do Fogo do Conselho
O Fogo de Conselho é uma cerimônia, durante a qual, diante de um fogo simbólico, todos os membros ouvem, com reverência e atenção, conselhos de líderes experientes, narrativas amenas e alegres de outros chefes e líderes, instruem e divertem, expondo fatos e histórias aproveitáveis com fundos espirituais, lembrando anedotas espirituosas e humorismos sadios, interpretando canções, recitando e declamando poesias e prosas de fundo educativo, executando jogos e iniciativas de real proveito para a vida prática.
É uma hora de expansão, de bom-humor, de alegria, de joviabilidade, mas dentro da ordem e da disciplina, moralizadoras de nosso sistema.
Hora de entendimento coletivo, mas não de futilidades. A frivolidade está sobrando no mundo contemporâneo e se encastela de preferência no coração inexperiente da juventude.
O jovem tem necessidade de se expandir, de se divertir, mas não pode e não deve sair da linha de conduta e das diretrizes do verdadeiro Escotismo ou do Desbravadorismo. Há de ser oásis seguro da virtude e da boa ordenação da vida em meio ao local.
Limpo de corpo e alma, puro nos seus pensamentos, palavras e ações, conforme preceitua nos artigos dos ideais, jamais se afastará o bom campista de suas Leis, mesmo nestes momentos de recreio.
Eis, por que as nossas alegrias simples e inocentes diferem essencialmente das alegrias fúteis e vazias do mundo moderno.

É o Fogo que acendemos em qualquer tempo, nas noites felizes e saudosas dos nossos acampamentos, sob o céu estrelado e azul, depois de um dia cheio de tarefas bem cumpridas sob o olhar de Deus, que está em toda parte, e da nossa Pátria querida, representada em nossa bandeira, hasteada em nosso acampamento.
Assim diante do fogo simbólico que arde no “Fogo de Conselho”, um mundo de emoções nobres, de sentimentos dignos, de desejos invulgares de aperfeiçoamento do caráter, deve emergir de nossas almas.
Essas duas instituições, os Desbravadores e o Escotismo são as escolas ideais de sólida formação, de vigorosa preparação para os futuros cidadãos das duas pátrias: a terrena e a celestial, o Brasil e o céu.
Fonte: Escoteiros.org.br, Livro Fogo do Conselho